segunda-feira, 14 de maio de 2012

O filósofo de férias sentado na cadeira de praia à luz da lua me fez escrever

E a solução, mesmo ilusória, é essa - outra pessoa. Alguém onde a gente possa pendurar dois ou três significados, diz Honório, no livro de Myriam Campello. E quando a gente não encontra esse alguém, deve seguir na ilusão ou resignar-se? Tenho sido acusada, com uma frequência que havia reduzido, de uma não superação do que já foi, como coisa que fosse assim, em cada esquina encontrar-se uma "alminha" daquelas. Pois a você que me acusa, eu vou te contar que você não me conhece. E muito me aborrece tudo isso. Francamente, tá difícil. Os instintos gritam, reclamam, e abafam a concentração do que me é obrigação fazer. Entre leituras, entre um parágrafo e outro penso no futuro que a vida e as decisões práticas (que aparecem tão assustadores para mim) vão assegurar. Penso em mudar as rotas, guiada pela bússola da minha eterna insegurança. Quantos caminhos abandonados pela metade? Sempre puxada por outro que me pareceu mais atraente - também neles me dei bem, mas nunca foram suficientes. O que é isso que me move? Será o movimento apenas mais uma característica humana, como disse a escritora? Eu me movo? Nada me apraz. Alguém escapou? Grita o ator. Eu falo e não gosto do que ouço. Queria ter ao menos esse humor ferino da escritora, já que o sentido das coisas... Me falta alguém em quem pendurar dois ou três significados. Enquanto isso, é sorver o café com leite e pão de queijo lá d'acolá.