sábado, 23 de janeiro de 2010

Terrível é o pensar

...já diria Millôr.


Pensei agora na menina que, com a mão de dedos já quase sem unhas, puxa o encarte do disco e lê as letras da sua artista. E pensa nas suas prórpias letras e, enquanto isso, ouve a sua artista. E pensa na sua prórpia voz. E, depois disso, já não sabe mais quem é. Só sabe o que quer.
E eu continuo a olhar suas mãos de unhas carcomidas pela música.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Por blogs alheios

Alguém deixou num comentário, no blog do Antônio Cícero, este poema. Embora não seja minha preferência/especialidade música clássica, decidi copiá-lo aqui. Afinal, é da preferência e especialidade de todos os bons ouvintes e amantes, a música e o amor.


Musicalidades

E eu que pensava, fosse o amor
um calmo oboé de Mozart.
Sim, também o é.
Mas súbito, pancadas do destino
arrebentando as portas se ouvem.

É o amor, e é Beethoven.

Affonso Romano de Sant'Anna

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Janelas de Libra


Finalmente dei a luz a minha primeira composição, ou pleo menos a primeira que estou tendo a coragem de publicar. Foi mais ou menos um mês de gestação.
Um belo dia eu estva tocando violão, na verdade brincando um pouco com ele, e começou a me vir uma melodia. Resolvi colocar letra, a qual segue abaixo (sujeita a alterações).
Depois vou gravar um videozinho caseiro e postar o link aqui, pra vocês ouvirem.

Se o inverno já passou

Se o meu rádio se calou

Se o que escuto hoje só

Me vem do sal, da pedra em pó

Do mar

Vou deixar

As janelas de Libra abertas para o Sol entrar

Distribua os amplexos sem nexo

Que eu cansei de dar

A você

Que insiste em seu maldito

Jeito Hilst de ser

Que desfaz o entender

E me faz louca e um triste canto

Num canto

A escrever

Inconfessas razões

Orações como preces que apressam

As minhas canções

Distribua os amplexos

Lhe peço

Me deixe cantar.



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ditto, Molly.

Da lista dos vistos por todos menos eu, acabo de excluir Ghost - do outro lado da vida.
Gostei.
Primeiro pelo fato de ser com a inclassificável Whoopi Goldberg. Ela dá semrpe um tempero especial aos filmes que faz.
Confesso que não chorei desta vez, mas fiquei arrepiada quando Oda Mae deixou que Sam a "usasse" pra tocar uma última vez em Molly. E a trilha cláááássica toca nos nervos de qualquer um.
Enfim, não tenho muito o que dizer sobre. Só que eu também não sou muito de dizer "eu te amo". Com Sam, achop que a expressão perdeu um pouco o sentido de tanto que já foi dita, banalizada. Mas iss não quer dizer que eu (ou quem também não diz) não AME... é só o que eu faço na vida! Faço, pois não sei se ainda poderei do outro lado da vida.

Oh my love, my darling
I've hungered for your touch
A long lonely time
Time goes by so slowly
and time can do so much
Are you still mine?
I need your love
I need your love
God speed your love to me

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

De quantos Schindlers ainda iremos precisar?


Quem me conhece sabe que minha praia não é mesmo assistir a filmes. Não tenho paciência nem controle pra ficar parada mais de meia hora na frente de uma tv. Pra talk shows e outros programas sim, mas filme... só no cinema mesmo e olhe, olhe.
Mas acabo de passar quase 3 horas e meia assistindo a um longa não, loguiíssimo que devo passar uns três dias e meio pra digerir: A lista de Schindler. Mais um filme sobre a 2ª Guerra Mundial e o nazismo. Não devia nem dizer que venceu o Oscar de melhor filme para não influenciá-los. Mas já disse. Comentando ainda a pouco com um amigo, ele disse que já ouviu comentários de que o filme era "pesado". Acho que esse não é o termo mais adequado. Ele não tem tantas cenas de violência como outros do gênero. Seu personagem principal é Oskar Schindler, um membro do partido Nazista que é "convertido" no decorrer da trama. Era alguém que só visava seus interesses particulares e não estava muito ligado aos ideais de seu partido. Mas acabou se envolvendo demais com as pessoas com as quais estava lidando, acabou criando compaixão, ou até poderíamos chamar de afeto, por elas. Tinha um caráter ímpar no meio de toda aquela imundície. Uma de suas falas para um comandante "amigo" seu, diz mais ou menos assim: "poder não é ter a liberdade de matar sem motivos, sumariamente. Poder é o que tinham os imperadores. Se alguém roubasse era levado à sua presença, implorando por misericórida. E, então, o imperador o perdoava. Isso é ter Poder".
Acredito que deve ter havido pessoas como esse personagem e que, se não salvaram mais de mil judeus, como mostra o filme, fizeram alguma coisa para abrandar seu sofrimento.
Numa das cenas finais quase ouvi os personagens cantarem Geraldo Vandré caminhando e cantando e seguindo a canção. E, por falar em cenas finais, a última (da imagem acima) é impagável.
Ainda temos espalhados pelos quatro cantos do planeta gente precisando de Schindlers. E a pergunta não é "até quando", mas "de que forma posso ser um Schindler".
Findo este texto com uma frase de Anne Frank, encontrada em seu diário:

"Apesar de tudo, eu ainda creio na bondade humana."

Eu também te amo

Não existe nesse mundo coisa mais linda que a música do Tom, a letra do Buarque e a voz de Ana Carolina... e quando encontro os três juntos o que faço? Morro de chorar! Mas depois disso, postumamente, compartilho com vocês! rsrs
Vou ver depois se dá pra colocar o áudio aqui, mas por enquanto, fiquem com a letra:

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Teu paletó enlaça o meu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Meus seios ainda estão nas tuas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.