de Vitor Martins e Sueli Costa
olhei a vida e me espantei
- eu tenho mais de 20 anos!
E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos, pelas veias de um jornal
Essa calma que inventei [bem sei]
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos
E eu quero as cores e os colírios
Meus delírios
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos, pelas veias de um jornal
Essa calma que inventei [bem sei]
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos
E eu quero as cores e os colírios
Meus delírios
Estou ligada num futuro blue
Estou ligada a tantas coisas. Lembranças teimosas que me assolam. Não, não me espanto. Eu devo ter uns 30 anos. Ou assim dizem. Mas tenho muros - muitos! - e mais de mil perguntas. Mas uma mais que todas me incomoda. É donde vem essa necessidade de encontrar o sentido das coisas, e não só num sentido existencialista, falo das coisas reais, factuais, por vezes injustas. E apesar de tudo (ou justamente por tudo isso) quero viver meus delírios. Sim. E aos poucos tirar o peso dos meus pais das minhas costas e guardá-los no canto mais bonito do meu ser. Enterrar minhas raízes noutras tantas marquizes e jamais reprimir a sangria que me alivia a dor da alma. E etc.
Estou ligada na vida.