quarta-feira, 10 de março de 2010

Diretora musical? Eu?!

Na terceira semana de trabalho, acho que já posso falar alguma coisa about. Estou sendo chamada de diretora musical por um bando de gente maluca que eu adoro e que me encubiram desta tarefa.
O que antes seria um pockt show com músicas as mais retrôs acabou se ampliando e resultando num musical que está sendo gestado. Com dramaturgo, atores e diretores amigos, eis o melhor da coisa. Só pra vocês sentirem o drama (e o épico!), o primeiro material que recebemos veio com a seguinte descrição:

TEMPO DE GUERRA

Espetáculo musical-colagem-de protesto, a partir de nossas experiências de vida, de textos de vários autores que a gente gosta, de músicas que adoramos cantar e de uma vontade danada de fazer teatro e de amar-homenagear Maria Bethânia.



Apenash.
Daí que estou criando os arranjos para as vozes de nós quatro. Sim, somos quatro mulheres em cena, quatro vidas que ser tornam uma, ao ser uma todavia, ela é todas nós. Somos quatro mulheres completamente diferentes, tendo em comum apenas essa vontade danada.
Enfim, estou fazendo os arranjos das músicas. A primeira delas foi Borandá, de Edu Lobo. Bem simples. Cantamos a primeira vez Abisague (1 das 4) e eu, com o mesmo clima da interpretação de Nara Leão no Show Opinião. A segunda vez é cantada com um ritmo mais acelerado, semelhante à gravação do Edu com o Tamba Trio. Regina e Adeilma (2 das 4) respondem os "borandá´s" em segunda voz.
A segunda música que trabalhamos foi Mamãe, coragem!, de Caetano Veloso e Torquato Neto. Em pop. Temos três vozes nesta enquanto a quarta voz fala o texto, que intercala as estrofes da música.
De Estrela, de Vander Lee, que acabou de ser lanaça por Betha em seu disco Encanteria, aproveitamos a segunda estrofe, que será citadacantada rapidamente em algum momento do espetáculo.
Mas o que me deu trabalho mesmo foi um pout-pourri com Sentimental e Veneta, do Chico Buarque. Só podia né? Nosso dramaturgo foi intercalando as estrofes destas duas músicas (melodicamente quase dicotômicas) e formou uma narrativa, ou um conto só. E eu que me **** pra arranjá-la. Arranjei, muahahaha! Suando a camisa. A base dela ficou sendo a toada introdutória de Ode aos Ratos, também de Chico. Tem capela, violão dedilhado, baião, triângulo. E a ousadia maior: a última parte de Sentimental eu "traduzi" (não sei que verbo usar) para a toada de Ode. Troquei as melodias, fazendo os devidos cortes na letra para que coubessem os versos na sua nova "casa". Uma alma nova para um corpo novo. Para essa nós vamos ter que gravar um playback, pois o nosso dramaturgo me quer o mínimo o possível com instrumento no palco (¬¬) afinal, também sou atriz deste espetáculo. Estava muito ansiosa e mesmo medrosa para mostrar a eles esse arranjo, pois o delírio foi realmente grande. Foi quase uma parceria com o Chico Buarque!!! Mas eles a-do-ra-ram, para o meu alívio e felicidade.
Fui muito elogiada hoje. Rasgaram sedas sobre a aminha voz. Fiz até gente chorar, o que pra mim é mais satisfatório que fazer rir. O toque é mais profundo. Mas também, como sempre, me diverti muito. Adoro estar com esse pessoal, afora o cigarro eles me fazem muito bem! kkk
E estamos nos afinando, aos poucos. Acho que o resultado vai ser impagável. É isso que me dá ânimos para o despertar de todas as manhãs, independente de toda e qualquer outra atividade que eu faça.

Para os mais curiosos, atentem para as letras das músicas e vão descobrir do que a peça trata. E não subestimem o tema, ele não é tudo. A forma como é contado sim, o é.

Continuarei postando aqui nossa evolução. Idéias não faltam. Da próxima vez falarei também da literatura incluída entre os recortes. Mas, por enquanto


3 comentários:

  1. Tenho que parar de escrever com sono...

    Enfim, está sendo uma experiência incrível esta de brincar de Severino Araújo! Estou descobrindo umas potencialidades que eu achava que não tinha e as estou desenvolvendo. Trabalhar com o grupo que estou trabalhando também ajuda muuuito porque eles são muito abertos e muito sagazes no entendimento de certas "criações". Não tenho medo de mostrar coisas novas ou de soltar minha voz perto deles, pois tenho plena certeza de sua compreensão. O mesmo não posso dizer quando. Falei de sensitividade num post anterior e aqui falo de SENSIBILIDADE. É isso que temos de montão. Acho fascinante a intimidade quase instantânea que à qual a atividade teatral nos condiciona. Palavras que ouvi ontem, de pessoas que conheço a menos de um mês, e que não posso transcrever aqui, por pudor à ~modéstia e mesmo por privacidade. Mas palavras lindíssimas, que numa relação comum, corriqueira, longe da arte, não ouviria em um ano. Obrigada meus santos. Que continuemos...

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  2. hmmmm coisas boas acontecendo na sua vida neh amiga!!
    Adoro saber disso!!
    Que continuem assim

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  3. Bom que eu escrevo o comentario antes de saber de quem se trata!
    Para aqueles que tambem compadecem dessa mesma desinformaçao.....

    Shardella ,*      diz:
    *ajude sua amiga desinformada
    *quem eh severino araujo???

    Nara diz:
    *o arranjador da osquestra tabajara, o maior do brasil e um dos maiores do mundo!

    Shardella ,*      diz:
    *adorooooooooooooooooo
    *muito chique!!!!

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