quinta-feira, 4 de março de 2010

Esqueça a rima que for cara

e fique apenash com a que, pensam (coitados!), é barata. Porque não está no domingo à tarde nas nossas TV´s, porque não toca nas rádios. Porque das 10 pessoas a quem falei, somente duas a conheciam.
Assiti, no último domingo, ao show de Roberta Sá, no Teatro Paulo Pontes, JP. Não conhecia o repertório todo, mas, como sempre, fiz um estudo breve sobre o espetáculo em questão antes de assisti-lo, tomando o cuidado para não perder as - boas - surpresas que o desconhecimento traz. Nem desconfiava que ela tivesse um trabalho de corpo tão "fadístico", pra não dizer "fodástico". Se, como disse Adriana Calcanhotto em seu blog, Marisa Monte é a cantora de canto mais próximo das sereias, Roberta é a de presença mais próxima a das fadas. Uma imensa delicadeza e feminilidade. Leve e graciosa (mesmo que essa palavra pareça tão 50´s). Meio mulher, meio menina. Mas linda. Enfim, não tenho como descrever aqui o que vi no palco, nem tens como perceber isso em vídeos, só mesmo ao vivo.
Do repertório eu reconheci "A vizinha do lado", de Dorival Caymmi, que eu conheço do DVD Chico Buarque - meus caros amigos; "Pelas Tabelas", do Chico, e esta, além do trabalho de corpo da Roberta, eu destaco o arranjo de Pedro Luís. Ele subiu o tom na metade da música e pôs uns vocais que deram um efeito de arrepiar. E quem me conhece sabe que eu adoooro uma mudança de tom inesperada!; e ainda, a que eu descobri na minha pesquisa pré-show, "Samba de um minuto", de Rodrigo Maranhão, que tem uma letra que eu vou te contar... ou não. Fico apenash calada. Foi a música que eu mais esperei no show. Essa eu sugiro mesmo que vocês escutem e se apaixonem como eu. Um dos versos é título deste post.
E, é claro, não posso esquecer de falar da sua violonista (mulher!) Antonia Adinet, também linda e de uma elegância invejável ao violão. Toca feito "macho", e espero com isso não ser acusada de sexismo... me entendam! Ela faz solos de baixo no violão, coisa que eu amo e não sei fazer - ainda. Fiquei encantada. Metade do show com os olhos em Roberta e a putra metade com os olhos em Antonia, e no seu violão. Claro que no final so show não tive coragem de tentar entrar no camarim, pois me conheço e sei que não ia sair de lá com a mesma, e já falha, sanidade que entrei. Queria ter conversado com ela, mas melhor não. Me recolho.

Talvez um dia.

Talvez um dia eu consiga estar assim como a Antonia, acompanhando uma cantora maravilhosa, mas ali, bem escondidinha atrás do meu violão, feliz.

2 comentários:

  1. Eu assisti um show dela em Recife ano retrasado. É legal. Mas eu acho essas vozesfemininas contemporâneas muito sem vida. (Acho que é até preconceito meu) Já foi o tempo que AS vocais não tinham nenhum tipo de pudor, sei lá, e sabiam cantar e interpretar as músicas de forma mais crua, mais tapa na cara, saca? hahahahah
    Ei, não sabia da existência do teu blog. Vou colocar ele na minha listinha. Beijo, faz favor de não esquecer.

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  2. Concordo. As vozes de hj pouco me encantam mesmo, falta provocação. Mas pra qm qr só relaxar é ótimo... Claro q ninguém mais vai tocar violão de perna aberta como a Gal fazia ou ter a liberdade de até desafinar como a própria Betha diz que faz. Enfim, são "conjunturas" diferentes. Há 15 anos atrás na parada de sucessos encontrávamos Marina, Lobão... hj qm vemos? Nem cito nomes aqui.

    Pois nem eu sabia que a senhora tinha um blog! Vai pra minha listinha também!! xerO'

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