sábado, 24 de julho de 2010

Not to bad

21h03. Chego a pouco da casa de Larissa. Foi só o tempo de fazer xixi, tirar o sutiã, repor meu Lucinda que estava com ela na prateleira, comer a última fatia de pizza para eu sentar aqui e começar a escrever.

O dia foi ótimo. Me diverti muito mais do que se tivesse com a preocupação de voltar pra casa e me arrumar pra ir ao show do artista que nem gosto tanto assim. Eu voltei a jogar vôlei!... ou pelo menos por uma tarde. Redescobri o prazer do esporte que oito anos antes tive que parar de praticar por conta de uma hepatite. Mas hoje eu arrasei. Não tava mais com medo da bola e se não me atirava no chão pra pegá-la era por amor aos meus joelhos. Agora sou quase adulta e preciso me manter, no mínimo, apresentável. Mas foi uma maravilha, ganhamos quase todos os setes. Preciso repetir a dose qualquer dia. Quem sabe semana que vem...

Isso, o jogo, foi na casa de Cidcley. Na volta parei na casa de Lari pra provar a geléia que ela havia feito e da qual desde ontem fazia propaganda. Realmente, uma delícia. Acho que vou fazer dela aqui em casa!

Na cozinha, conversando, ou melhor, ainda antes, na casa de Cid, ela havia me falado que. Já na cozinha da casa dela, conversando eu, ela, a irmã e a mãe essas conversas de cozinha que só as mulheres sabem, a mãe contou que.

21h24. Uma pausa para lavar os pratos. Continuo: o marido chegou. Ela olha pra ele com os olhos fixos das mulheres que olham para os maridos que chegam [...] daquela mulher que é a mãe de suas filhas, a dona do seu lar e companheira de todas as horas. Ou respeito. Ele põe a chave do carro em cima da mesa “se quiser sair”. Ela faz uma drama como “mas a essa hora, pra onde é que eu vou?”. Bem, foi pelo menos me deixar em casa. Aquela cena familiar, hoje, sábado, final de mês, deve ter se repetido em outras, não poucas, casas por aí. [...] Minha realidade é bem diferente da de meus amigos. Morando com meu pai e sua atual esposa e filhos, conservo uma certa independência emocional.[...] Agora estou trancada no meu quarto e a vida de meu pai e sua nova família acontece porta afora sem que eu me incomode muito com ela. Essa preocupação não tenho mais. E por não querer voltar a tê-la é que está fora dos meus planos uma relação conjugal. Cada célula de meu corpo se movimenta em busca de liberdade. Apesar do barulho e das, graças a algumas mudanças cada vez menos, intromissões, considero minha convivência com esta família muito boa. E claro, muito diferente.

Obrigada, todos os deuses.

E caminhemos.

21h37.





PS: algumas passagens dessa estória podem ficar ininteligíveis. elas foram cortadas em favor da privacidade das personagens. afinal, a estória não é, de todo, minha.