domingo, 30 de janeiro de 2011

Poesia de 5ª

cansada demais de começar tudo e terminar nada
o mundo acontecendo lá fora
e aqui dentro, o que?
querendo loucamente atuar cantar falar tocar viver
mas não posso (não sei) fazer mais nada sozinha
e só vejo as coisas à minha volta se diluírem
se esgarçarem
não tem graça
não tem drama
contemporânea, performance
pré ou pós
nem esta poesia de merda presta
barata, fodida
como poderia prestar
se este ar está pesando de nada?
de vazio criativo,
inconcretude de projetos
abortados
tá tudo uma merda
e as pessoas fujindo
bando de covardes
tou cansada de viver à margem
é impossível suportar a vida como um momento além do cais
que passa ao largo de nosso corpo
[...]
as coisas passando eu quero é passar com elas eu quero
[...]
pois não sou eu quem via ficar no porto chorando não
lamentando o eterno movimento
[...]
tou me sentindo pura merda
quanto a mim: mais vale um cachorro morto
porque sou tão estóica quanto um rato morto
se estou sozinha em casa grito
todos os meus medos
meus dramas
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhh
Mesmo com o nada feito o nó no peito a cara dura com o todavia com todo dia com todo ia todo não ia não tem mais jeito não tem mais cura




e se eu achar que esse post tá fedendo mais que a situação eu excluo.