Busco em terras que vou tocando
como no poema do Campos
aquilo que não está em parte alguma
e cada lugar é bom
por que dele posso partir.
Ante este por-vir
distraio o tempo
faço a 'passagem das horas'
como posso
e me esforço para aproveitar o quando.
Na falta de uma boa companhia
- ah!, como tem me feito falta -
olho pra cima
e a lua é minha convidada
para um passeio noturno,
pedalada,
pela tal Cidade Baixa.
Altero a velocidade, sigo meu ritmo (não preciso de música)
balizado pelos carros, pedestres, lombadas.
Mas há outras ruas, mais silenciosas
e também por elas pedalo, receosa
ruas que me recebem com um cheiro inesperado de jasmim
misturado com o odor da erva.
Atravesso a travessa escura, temerosa
mas já logo saio à luz.
Aponto para o caminho de casa e sigo.