segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Amor lésbico

Bem, esse vai ser um tema bastante recorrente aqui, acredito.
Nem que eu quisesse conseguiria me livrar desse amor lésbico que me acompanha desde a infância e que já me arrancou lágrimas, sorrisos, gritos histéricos, silêncios. A Música há de ser sempre a minha fiel companheira por onde quer que eu ande, hoje e daqui a cem anos. Disso não tenho dúvida, embora ache que não mereça - não lhe dou a devida atenção. Não importa.
É incrível a capacidade que ela tem de se manter nova, viva... pode ter décadas de existência, mas quando alguém a descobre ela imediatamente renasce. Acabo de descobrir uma, bem conhecida por muitos, a maioria acho, mas até então ignorada por mim. Dona Elis soube mesmo e ninguém melhor que ela poderia ter cantado essa composição do Belchior. É essa mesma que vocês estão pensando. Sua letra é tão real que eu poderia, assim como muitos, tomá-la para mim, dizer que minha, e tais palavras saíriam de minha boca com a autoridade de quem as viveu, não fosse o stauts quo já mencionado aqui. Mas, sim.. poderia.
Para não me estender mais, aqui vai ela. Leia. Se possível ouça.


Não quero lhe falar, meu grande amor,
das coisas que aprendi nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar,
eu sei que o amor é uma coisa boa,
mas também sei que qualquer canto é menor
do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem: há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão
e beijar sua menina na rua
é que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão,
digo que estou encantada como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão,
pois vejo vir vindo no vento cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo, eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
ainda somos os mesmos, e vivemos
Ainda somos os mesmos, e vivemos
como os nossos pais...
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora, ou então que eu tô inventando,
mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
que o novo sempre vem...
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
tá em casa guardado por Deus
contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
nós ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
como os nossos pais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário